A Quietude do Amor

Enfrentarei charcos para buscar para ti
dentre as mais belas flores
aquela que, de todas é a mais difícil
mais até que a flor dos amores.

Como um poeta luso, dar-te-ei
então a Flor do Lacio.
Seguirei contemplativo e ensimesmado
mas, alinhado e sempre rente
com a alma flama, o coração puro e vasto.

A paixão reconhecerei na arte; a poesia resolve tudo
como ao calor se dissolve o chocolate.
Buscarei a doçura que acarinha e envolve a vida

mesmo tanto rude, em grande, benfazejo
e alumbrado silencio. O calar, porem altivo
com a veemência assertiva de um surdo-mudo.
Não haverá maior plenitude, nem para o amor
um mais terno momento do que este
que de tão pouco, pode-se fazer em quase tudo.

De longe virá o tal silencio que se alcança
na quietude da entrega irrestrita, no apuro da
augusta paz ou no absoluto do esquecimento.

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