Avis Rara


quero te ver irrigando como mina
de água pura, vertente preciosa.
tua presença, um raio verde que corte o céu
trazendo à luz a marca guerreira de um deus capital.
te ver no morno clima de tarde airosa
tu, oh pássaro raro do puro apego
oh nave-mãe que cruzas plena e generosa
o circunscrito e infinito mar egeu.
meu cardo aflito se debate e ainda arde
como o martírio do infeliz prometeu.
lança-se ao céu o movil inquieto
de um eterno tempo grego
pare-se agora este horizonte que incandeia.
chegar tão perto, que tão perto assim se pare
e emparelhe o teu corpo junto ao meu
chegar tão perto que nunca mais que repare
neste meu jeito inseguro ou tão incerto.

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